Especial: jogos não-licenciados – Parte 9

agosto 6, 2010 at 5:00 pm 3 comentários

por maxi

Hoje encerraremos a parte da matéria correspondente ao Mega Drive. Como dito na última semana, um fato curioso é que os orientais parecem gostar muito dos personagens da Disney, tanto é que vários jogos não-licenciados são estrelados pelos mesmos, como por exemplo Mulan, provavelmente do mesmo pessoal que fez Hercules, visto na última parte. Este também tem uma jogabilidade sofrível, mas nem tanto quanto o outro, só que os sprites dos personagens são bonitos, lembrando aqueles vistos no Aladdin da Virgin. Vale lembrar que Mulan só chegou oficialmente ao mercado dos games no PSX, com um jogo mais ou menos no estilo dos clássicos adventures point and click, só que voltados para meninas.

Mulan nunca deu sorte no mundo dos games.

Mais interessante é o trabalho que fizeram no Rei Leão, também da Virgin. Lion King 2 traz toda a mecânica do jogo oficial de volta com alguns acréscimos, como por exemplo um power-up que permite a Simba ficar adulto até apanhar de alguma coisa, estilo Mario Bros. Aliás, a jogabilidade é tão idêntica ao original que eu chego a acreditar que este é um extenso romhack do mesmo. Obviamente os gráficos e músicas muito devem ao primeiro jogo, já que foram feitos do zero pelos chineses, mas até que não se saem mal, com destaque também ao bom layout de cenários que você se depara logo no início, na parte do barco de madeira da primeira fase. Tirando que é uma idéia estranha ficar andando com Simba no meio da China, este até que é um bom jogo.

Acho que aquilo ali em cima é um macaco, o que vocês acham?

O mesmo eu não posso dizer do Lion King 3. Este sim, está com sua mecânica bem alterada embora a jogabilidade ainda seja a mesma com mais alguns acréscimos. Entre eles, a possibilidade de escolher qual forma de Simba você vai controlar antes da fase começar e um corte sônico (?!) que o leão consegue fazer. Só que a colisão do jogo é ruim, e aliado a mudança de resposta dos controles só torna as coisas piores, basta avançar um pouco na primeira fase até a parte de se pendurar em uns ganchos que você vai ver o que estou falando.

Simba usa seu corte sônico.

Para encerrarmos a parte desses jogos da Disney, A Bug’s Life também foi outro que ficou na mediocridade. Lançado oficialmente para o PSX e N64, este aqui é um jogo de plataforma normal, com as opções de atirar bolas nos inimigos, pular e correr, só que tudo é executado da forma mais descoordenada possível. Os gráficos também variam entre a precariedade (principalmente dos cenários) e algumas coisas bonitas, como umas poucas imagens digitalizadas e alguns modelos bem feitos. As músicas não são grande coisa, mas um aspecto legal da parte sonora é que ela abusa do uso de vozes do filme, mais ainda que o Toy Story da Disney Interactive.

Reparem que dá para contar nos dedos as cores do cenário.

Outro não-licenciado interessante e baseado em uma propriedade intelectual famosa é Dragon Ball Final Bout. E, como eu sei que vocês devem estar se perguntando se a jogabilidade é tão ruim como na versão de PSX, a resposta é sim. O hitbox é horrível a ponto das magias acertarem os personagens mesmo depois de saírem da tela e os comandos hora funcionam, hora não. Pelo menos tem gráficos bem feitos, embora ripados dos jogos lançados pela Bandai para o Super Nintendo. No mais, foram cortadas as divisões da tela quando os lutadores se distanciam e conseqüentemente a habilidade de voar dos mesmos.

Este é tão ruim que Majin Buu nem pode transformar os outros em chocolate.

Temos também Elf Wor, uma espécie de clone piorado do clássico Zombies Ate My Neighbors. Esse poderia ter ficado bom com controles um pouco mais precisos e um framerate melhor, que não caísse toda vez que 2 ou mais personagens surgissem na tela. Mas no geral não se saiu mal, tem gráficos bonitos e uma música chiclete.

Um velho que joga adesivos em plantas e bonecos enquanto salva pessoas tomando banho.

Outro desses orientais original e bem infame é o shoot’em up com temática hentai Divine Sealing, que é tão ruim que não entrarei em maiores detalhes, apenas que é um jogo bastante antigo, da época que o mega ainda estava forte no mercado, o que ocasionaria sua popularidade. Hoje o mesmo é vendido completo a preços absurdos em sites como o ebay.

Divine Sealing não é inútil, vai render umas visitas extras para nós através do google.

O pessoal que fez Legend of Wukong e Squirrel King também tentou entrar no ramo dos jogos de “navinha” com Magic Girl, outro jogo ruim (mas ainda anos luz na frente de Divine Sealing) também tido como raro hoje em dia e que costuma sair caro para os colecionadores. O grande pecado que este cometeu foi não trazer nenhum diferencial como outros bons jogos dos 16-bits, principalmente no mega, que é considerado um dos melhores sistemas para o gênero. Você simplesmente vai se deslocando para cima com a menina e atirando em tudo o que surgir na tela.

Outro que é bonito mas ordinário.

Melhorando um pouco a situação, temos Chess, que é um tradicional jogo de xadrez feito na Rússia. Este é bom, conta com várias opções bacanas como mudar o tabuleiro de 3D para 2D e tem uma I.A. bem difícil de ser vencida, sem falar que é o único xadrez disponível para o sistema (desconsiderando a possibilidade de jogar Sega Chess com um adaptador de Master System ou Star Wars Chess no Sega CD).

Aqui o computador nem me deixa dar xeque-mate no segundo turno...

Já na área dos beat’em ups não-licenciados, temos duas pérolas bem pouco conhecidas. A primeira é Yang Jia Jiang, uma mistura de Golden Axe com Final Fight na China antiga. Você escolhe entre quatro guerreiros bem distintos e vai descendo o sarrafo em todo mundo que aparece na sua frente. Os gráficos e músicas são bons, com o único problema sendo eventuais slowdowns que acontecem sempre que a tela se enche de objetos. Mesmo assim está entre os melhores do gênero disponíveis no mega.

Acho que todo velho chinês porradeiro dessa época usava roupa verde e lutava com uma lança.

O outro é Shui Hu Feng Yun Zhuan, que vem ganhando um status de cult nos últimos anos, isso devido aos gráficos incríveis para o sistema (rivalizando os do snes) e também efeitos muito bonitos, principalmente na hora das magias. As músicas são boas, mas alguns efeitos sonoros foram retirados de outros jogos como Streets of Rage. Já a jogabilidade está mais para o primeiro Golden Axe com alguns elementos de Knights of the Round, o que deixa tudo um pouco truncado, principalmente quando você escolhe o fortão do machado com ataques mais curtos, fazendo a tarefa de acertar golpes normais um pouco mais difícil do que jogando com o outro homem ou a mulher. Mas felizmente o framerate deste jogo é muito mais estável do que o do Yang Jia Jiang, sendo raro ver slowdown na tela. Enfim, é um não-licenciado que vale a conferida pelo ótimo trabalho geral, capaz de tirar leite de pedra do console.

Acreditem ou não, ele vai errar o golpe.

Encerramos aqui a parte do Mega Drive. Na décima e última parte de nossa matéria veremos mais alguns poucos jogos restantes para outros sistemas. Nos vemos em sete dias.

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3 Comentários Add your own

  • 1. Red9ro  |  agosto 6, 2010 às 10:43 pm

    Credo! Já acho que gasto muito tempo tentando fechar jogões. Nem penso em jogar esses que “nem existem”! Hehehe.

    Responder
  • 2. Guilherme  |  agosto 9, 2010 às 7:50 pm

    Rapaz, eu lembro de já ter jogado esse Dragon Ball Z Final Bout no SNES… há muito tempo atrás, quando ainda existiam estabelecimentos que locavam jogos falsificados de SNES, heheh.

    By the way, onde posso encontrá-lo para download e jogar no emulador?

    Abraços.

    Responder
  • 3. everton  |  dezembro 25, 2010 às 12:19 pm

    Mistura de golden axe com final fight…achei interessante!!!

    Responder

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