Especial: jogos não-licenciados – Parte 3

junho 25, 2010 at 6:00 pm 2 comentários

por maxi

Mais uma semana, mais uma parte da matéria. Conforme prometido na semana passada, a partir de hoje iremos ver ports de jogos originalmente muito mais avançados que as capacidades do Nintendo. Começaremos por aqueles lançados para o Mega Drive e, na semana que vem, para o Super Nintendo.

Lembram dos jogos da Disney feitos pela Virgin Interactive? Eram bons não é? Principalmente a versão de Aladdin do Mega Drive, feita em parceria com o pessoal que desenvolveu Earthworm Jim e com as músicas do Tommy Tallarico. A Virgin portava esses jogos para diversas plataformas, como os PCs da época. Enquanto que a versão de Super Nintendo (que foi feita pela Capcom) e a de Master System (e conseqüentemente a do Game Gear) eram diferentes, a do mega serviu de base para todos os ports, inclusive o de Nintendo. Este foi um desastre em tudo o que possam imaginar, jogabilidade, som, gráficos, etc. Porém, uma empresa chamada Super Game que fazia diversos jogos da Disney não-licenciados para o nes também resolveu portar a versão de mega para o 8-bits. O resultado foi uma versão chamada Super Aladdin que, pasmem, supera a oficial em todos os aspectos. Embora ainda pior que a versão 16-bits, desta vez temos algo jogável. Até as cutscenes melhoraram, ficando maiores e mais coloridas.

Podem não acreditar, mas esta é a versão oficial...

... e esta a pirata.

Outro desastre que a Virgin fez foi o port para o nes do Rei Leão. Novamente tivemos a versão de Mega Drive como base para todas as outras, e enquanto que até a de Master System ficou boa a do console rival se mostrava terrível, levemente melhor que o port oficial de Aladdin, mas quase injogável. E eis que a salvadora da pátria Super Game surge novamente lançando algo muito melhor que a concorrente. Assim como no caso de Aladdin, a versão pirata supera a original em tudo, ficando melhor até que a versão “marromentos” lançada para o Game Boy.

Oficial...

... pirata. E tem gente que não acredita que a pirataria pode acabar com as empresas.

Mais um jogo da Disney que foi para os 8-bits sem licença é o Mickey Mania da Traveller’s Talles, que a título de curiosidade foi o primeiro trabalho na área com participação de David Jaffe. Não se sabe qual empresa fez essa versão, mas pelos gráficos e estilo de jogabilidade é provável que Mickey Mania 7 (esses nomes doidos de jogo pirata…) tenha a mão da Super Game de novo. Este ficou bacana, embora as versões mais avançadas naturalmente sejam melhores.

Não está colorido mas é bem feito.

Mas nem tudo são flores para a Super Game. Outros jogos da Disney que a mesma fez variam de medíocres para ruins, e isso inclui outras tentativas de portar outros jogos para o nes, como por exemplo Super Shinobi 2/Shinobi 3. Graficamente o jogo não se saiu mal, mas as qualidades dele acabam aí (tirando pelas músicas, que não chegaram a ficar ruins). Os controles de Joe Musashi são horrorosos, chegando ao ponto de você não saber como dar espadadas ou jogar shurikens, ambos no mesmo botão. A velocidade de resposta dos comandos também é tardia, fazendo você apanhar diversas vezes porque apertou o botão mas o golpe demorou para sair.

Eu me enganei, é com o nes que Joe Musashi não combina.

Outras duas empresas que se aventuraram no ramo de pegar títulos emprestados da Sega sem avisar para ela foram a RCM e a Wai Xing. A RCM lançou uma nova versão de Columns com o nome de Magic Jewelry 2, que ficou bem… igual a Columns. Eles teriam que ninjar muito para arruinar um jogo de puzzle simples como este.

A Estátua da Liberdade fez uma participação nesse jogo, antes de virar zumbi e ser destruída por uma cabeça de samurai em Zombie Nation.

Já a Wai Xing, que falaremos mais na quinta parte da matéria, foi mais ousada, tentando um port de nada menos que Phantasy Star 4.chamado Zhan Shi.

Acreditem, eles tentaram portar coisas ainda mais ambiciosas que isso.

Os gráficos não ficaram ruins, e embora os retratos dos personagens acima dos diálogos tenham sumido, eles deixaram as cutscenes do jogo e mantiveram o visual das batalhas. Infelizmente o mesmo não pode ser dito da parte sonora. De resto, a história parece a mesma mas os cenários, como a cidade de Piata e a academia de Motavia, estão simplificados. Me pareceu um bom jogo mesmo que eu não tenha me aprofundado muito nele, mas eu que tenho o verdadeiro Phantasy Star 4 dificilmente animaria a fazer isso.

Não sei se dá para combinar magias aqui.

E o que dizer de Sonic 3D Blast 5? Esta infame versão do primeiro Sonic (que depois viraria o ainda mais infame Somari, clássico do PolyStation) conta com novos layouts de fase, os bônus da versão de Master System e uma jogabilidade de dar pena. Pelo menos os gráficos não ficaram tão ruins e eles adicionaram o spin dash, ainda que bugado. O único jeito de fazer ele parar é batendo em alguma coisa. Outro fato curioso é que implementaram o espalhamento dos anéis quando você apanha, que ficou ausente no MS.

Se já foi difícil para a Sega fazer Sonic para o MS imaginem uma empresa de fundo de quintal fazendo para o nes.

Para acabarmos por hoje vamos falar um pouco de Boogerman, o herói sem educação que surgiu no Mega Drive e depois se mudou para o Super Nintendo. O jogo, que já não era essas coisas, também ganhou uma versão pirata para o nes. Só que ao invés de um port, desta vez temos uma aventura nova do personagem. Mesmo que no geral Super Boogerman 1997 se mostre fraco eu achei o layout das fases bem planejado, principalmente o da segunda. Vale a conferida apenas se você gostar do original.

Esse jogo é uma meleca, e eu não estou fazendo um trocadilho.

Ficamos por aqui hoje. Como dito no início, sexta-feira que vem falaremos das conversões de clássicos do snes (e também de dois dos arcades) para o nes.

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2 Comentários Add your own

  • 1. Especial: jogos não-licenciados – Parte 8 «  |  julho 30, 2010 às 5:05 pm

    […] para o Mega Drive foi Aladdin. Enquanto que o mesmo tinha a maravilhosa versão da Virgin já discutida aqui, a empresa de Ryu e cia ainda detinha os direitos de fazer jogos de personagens da Disney que […]

    Responder
  • 2. Victor  |  setembro 3, 2010 às 3:20 pm

    Nossa !!! Eu jogava muito jogo pirata sem saber e tinha certeza que era original , como por exemplo o Rei leão.

    Responder

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