Especial: jogos não-licenciados – Parte 4

julho 2, 2010 at 5:00 pm 6 comentários

por maxi

Uma vez que já acabamos com as conversões de jogos de Mega Drive, hoje iremos ver como se saíram clássicos do Super Nintendo e arcade portados para o Nintendo. Comecemos pelos dois feitos pela Sachen, a mesma produtora de Street Heroes.

Gaiapolis, um homem dragão ataca vários olhos.

O primeiro é Gaiapolis, um jogo de fliperama da Konami onde você ia se movendo para cima na tela e matando monstros com um dos personagens disponíveis, cada um pertencente a uma classe diferente. O jogo era bom, mas nunca foi portado oficialmente para nenhum console caseiro. Já de maneira não-oficial chegou ao nes graças a Sachen. O nível técnico do port ficou até bom, mas perderam-se várias coisas legais na jogabilidade, música e gráficos (que eram muito bonitos no original) devido às limitações do sistema. Já o port deles de Super Pang/Super Buster Bros, originalmente feito pela Capcom também para os arcades e portado para o snes, se saiu bem melhor. Super Pang 2 ficou com a jogabilidade idêntica ao original, tendo como única desvantagem eventuais flickerings nos sprites das bolas e do gancho que não chegam a atrapalhar o jogo. Todos os powerups estão presentes nesta versão.

Pang ficou bom em 8-bits.

Eartworm Jim também foi um sortudo. Alguma empresa que não deixou seu nome fez um ótimo port para o Nintendo, bem melhor que as versões de Game Boy e Master System que eram cheias de slowdowns. A pesar de ser baseado no primeiro jogo da série, este carrega o nome de Eartworm Jim 3. Também há uma conversão de Eartworm Jim 2 para a plataforma, mas esta já ficou ruim.

Tirando pela vaca voadora está tudo presente.

Outra série da Konami que foi parar no nes por meios ilícitos foi Contra. Se você é um desses chatos que acha as versões de clássicos para os 8-bits melhores que as posteriores, vai ficar feliz em saber que pode jogar Super Contra 3 no mesmo console que rodava os dois primeiros. Aliás, a jogabilidade é quase idêntica a dos mesmos, com as bombas como o único acréscimo dos 16-bits presente. Na verdade, esse jogo tem tanta cara de oficial que eu cheguei a pensar que eles poderiam ter usado o port para o Game Boy como base para ele, mas não foi o caso, tudo nos dois jogos é significativamente diferente, com leve vantagem para o lado do nes. O único problema aqui é a música ficar seriamente comprometida pelos demais efeitos sonoros simultâneos.

Para jogar Contra você precisa ser macho, e para fazer também.

Temos também uma “continuação” com o nome de Super Contra 7, esse ainda mais parecido com o primeiro Contra (nem as bombas estão mais presentes). Porém a jogabilidade aqui sofre com inimigos que demoram demais para morrer, algo ruim para a dinâmica alucinada da série, e armas alternativas mal planejadas.

Os programadores deste não são machos.

Agora vamos para uma das partes mais incríveis dessa matéria, primeiramente falando do clássico dos clássicos do Super Nintendo, Super Mario World. Só que vamos falar de como o mesmo se sai no antecessor do console.

E dizem que o Mega Drive não poderia fazer os jogos do Super Nintendo.

Aqui temos um mix de emoções. O jogo é absurdamente bonito e com elementos fiéis ao original, mas a empresa que o fez falhou em um detalhe crucial, não usaram Mario 3 de base para a jogabilidade e fizeram uma própria. Ela não chegou a ficar ruim, mas está MUITO atrás da precisão que tínhamos com Mario 3 e Mario World, o que é uma pena. Esse prometia caso tivesse sido feito com mais esmero.

Yoshi!

Querem ver algo realmente bem-feito? Pois é só olharem Donkey Kong Country 4, a versão 8-bits de DKC. Tudo no jogo, sem exceção, tem cara de oficial, o que novamente me fez desconfiar que poderiam ter usado os jogos para o Game Boy como base. Mas também não foi o caso, o layout de fases e a jogabilidade são nitidamente diferentes tanto neste como no Donkey Kong Land e Donkey Kong Country, este último, aliás, foi lançado em 2000, sendo que na versão não-licenciada temos um 1998 logo no início. Outra coisa interessante é que DKC4 roda a um fps impressionante, muito melhor que as duas versões do GB, e usa um sistema de password ao invés dos tradicionais saves (que é meio inútil, uma vez que você já começa com mais de 20 vidas). Esse é um pirata que todos os fãs do macaco deveriam dar uma chance, a pesar do primeiro DKL ainda ser uma versão 8-bits mais interessante por tentar ser mais um jogo novo da série ao invés de um port piorado do original como os demais.

Seria o nes mais apto a receber DK do que o GB ou a Rare que precisava de umas aulas dessa outra empresa?

Esse último também teve uma “continuação”, Donkey Kong Country 2. Só que, assim como no caso do Contra 3, essa não ficou tão boa. Os cenários são pouco coloridos e você só joga com Diddy Kong, embora as fases em que se transforma nos animais ainda estejam presentes. Pelo menos mantiveram aqui o rap da vitória de Diddy quando passamos da fase, que ficou ausente no Donkey Kong Land 2.

Aquilo ali no canto superior esquerdo não é o cenário, é lixo gerado pelo uso indevido de sprites.

Para mostrar que eu sou um cara legal eu guardei o mais impressionante de todos esses piratas de Nintendo para o final. Eu particularmente acho Might Final Fight bem melhor que os dois ports vergonhosos que o snes recebeu do jogo no início de carreira. Não que os demais tenham ficado essas coisas, como o de Amiga e o do Spectrum (e tirando o do Sega CD, que foi feito pela Sega e ficou melhor que o original). Com tudo o que vimos até agora, não é de se estranhar que tenham tentado portar o jogo para o 8-bits. Só que os chineses/taiwaneses (ou sabe-se lá quem) foram mais além, portando aquele que é considerado por muitos o melhor jogo da série, Final Fight 3.

A Capcom também precisava de umas aulas.

Eles conseguiram a façanha de fazer o melhor beat’em up para o sistema. Grande parte do jogo está aqui, incluindo todos os quatro personagens (com seus respectivos golpes especiais), fases, inimigos e modos de jogo. Temos até o modo de 2 jogadores com o computador controlando o segundo e, pasmem, a IA não ficou ruim. Os problemas do jogo são uns poucos bugs de colisão (aconteceu comigo uma hora de prender um cara morto com socos e ele só cair depois de eu parar de socar, mas nada além disso), e um flickering dos infernos que não chega a prejudicar a jogabilidade mas incomoda bastante até você se acostumar (também, com tudo que acontece na tela ao mesmo tempo seria impossível não ter isso). Enfim, esse é o pirata dos piratas do nes. Se eu tivesse o console gostaria de ter esse jogo na minha coleção.

Vocês não sabem o quanto foi difícil fazer todo mundo aparecer nessa foto.

A parte de hoje se encerra aqui mas a matéria continua. Na próxima semana teremos os RPGs piratas do sistema para encerrarmos com ele e passar para o Master System.

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Super Mario Bros. X, o fã game do momento Vuvuzela Hero

6 Comentários Add your own

  • 1. Anarco Jogos  |  julho 2, 2010 às 10:38 pm

    Parceria de link? media 6mil diarias, pr4, Estou na busca de novos parceiros, novos parceiros teem o link no blogroll (arrumo um lurgar muito bom p vc la). Caso aceite me add e avise que te add na mesma hora.


    [EDITADO POR MODERADOR]

    Responder
    • 2. Rafael "Barry" Ventura  |  julho 5, 2010 às 11:04 am

      Olá!

      Desculpe, mas mantemos como parceiros apenas blogs com conteúdo e opiniões sobre games.

      Responder
  • 3. Robson França  |  julho 5, 2010 às 11:23 am

    Enquanto isso… um argentino converteu SMB do NES para Mega Drive. Tirando o som (que ficou meio “quadrado”), o jogo está impecável, inclusive em relação aos bugs (fonte Kotaku):

    http://bit.ly/ahcbS6

    O forum com mais informações do desenvolvedor: http://bit.ly/amFIDb

    Abraços

    Responder
    • 4. maxi2099  |  julho 5, 2010 às 3:33 pm

      Eu vi isso, o cara terminou o sonho do Yuji Naka.

      Responder
  • 5. Especial: jogos não-licenciados – Parte 5 «  |  julho 9, 2010 às 5:03 pm

    […] iremos ver os RPGs não-licenciados de Nintendo e encerrar de vez com a parte da matéria sobre o sistema. Acredito que desta vez chegamos à metade do […]

    Responder
  • 6. Especial: jogos não-licenciados – Parte 8 «  |  julho 30, 2010 às 5:05 pm

    […] mais fiéis ao trabalho da Nintendo. Me lembra, de certa forma, o Mario World versão 8-bits que já vimos aqui. É um trabalho que, com mais esmero, poderia ter sido algo bom. Parece bom, mas não […]

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